Alice
Ao reinventar minha vida, tudo igual. Um pouco mais de ervas aqui e ali e só. Com uma caixa de lápis nas mãos, pinto o arco-íris que quiser.
terça-feira, 30 de outubro de 2007
terça - feira
Alice
domingo, 28 de outubro de 2007
What if
Whenever the clock takes a break
I start asking myself why:
What if I found God
The next door
What if I could
Reach out your hand
What if you did not
Love me
Or if I kill you, finally
What if I had never
Started writing
Instead of (only)
Living in books
What if I paint
The sky colourful
And let my horses
Run free
What if I were alone
Not crowded
What if I stop
Wondering
So that I can just
Live my life?
Zélia
Ao Despertar
O atrevimento é uma coisa fantástica. Faz-nos bater em qualquer porta, entrar em qualquer mundo e assumir papeis inimagináveis. Respeitando a diferença entre Ser e Estar, direi que não sou atrevida. Eu estou atrevida. Assim como estive antes. Sempre que é preciso, tomo lá a minha porção de atrevimento que me cabe. Talvez, por isso eu tenha andado tão longe. Talvez, por isso eu esteja aqui. Talvez, por isso eu chegue ainda lá. Atrevida, quem poderá me impedir?
Outro Retrato
Não tenho medo do desconhecido.
Entro em todo os mundos
Que me chamam a atenção.
Ontem, a viagem foi para um
Mundo que já conhecia -
Abri foi outra porta.
Encontrei pelo chão
Cânticos de uma certa Cecília.
Ao lado de cada impressão,
A alma de uma obra literária:
O seu manuscrito.
Senti saudade pelo futuro -
Escrevo em manuscrito.
- gosto de ver a alma
daquilo que crio –
Estou perdida no tempo,
Talvez,
Mas me vi ali
Em pedaços de papel
E linhas escorregadas da mão
Por entre setas, asteriscos e rabiscos...
Zélia
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Por Sobre o Tempo
Ora dizemos que a vida é engraçada. Ora dizemos que a vida é estranha. Nem uma coisa nem outra. A vida é o que é. Nós é que a transformamos nisso ou naquilo quando não acertamos a medida do sal. Não posso dizer que o meu tempo com você passou. Nosso tempo ainda existe. O tempo é atemporal. Escrevo para você em asas de borboletas e você responde nas pegadas que deixa na areia da praia.
Zélia
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
"Olha o peixe"
Do Jardim ao Mundo
Eu não sou planta. Minhas raízes não estão fincadas em um lugar só. Elas estão nas pessoas e nos sentimentos que surgem dentro de mim a partir das experiências que vivo. O mundo não pára e eu sigo com ele. Por isso, a idéia do “nada mudou” ou do “eu era feliz e não sabia” ou, ainda, do “tempo bom era aquele” não me agrada. Quem sofre da síndrome do museu, tem dificuldade em seguir adiante. Permanece preso a um determinado espaço e tempo – gosto de liberdade. Valorizar o lugar onde nascemos ou o que vivemos ontem é importante. Porém, mais importante é o agora. É o sentimento que vivemos hoje. Como já cantou a Boa Voz, “o amor é a única bagagem que se pode carregar e que não deve ser deixada para trás”. Mas cuidado com o peso que você dá a essa bagagem!
Zéliadomingo, 21 de outubro de 2007
Querido Diário,
sábado, 20 de outubro de 2007
Cleaning Day
It is not so easy for me to figure out what has happened to you. You think you’re an expert. The cleverest person on Earth. You have the power to look at us from above and you have the answers to the questions made by the ordinary ones. However, you forget you do not have one answer: Who are you? That’s the question whose answer you can’t find. The person you look at in the mirror, is not you anymore. Your friends on the photo frame, are not the same for a long time. Even that old song on the radio, is a new one. The sun rises in the east everyday and each day is different in the calendar. But your clock has loose legs and almost can’t give a step ahead. Do not look for that answer on books. Words can disguise their meanings. Any encyclopedia in the world will help you in this challenge. Yet, you may not want to find out what can disturb you even more. You’re nothing but a stranger. Watch out! I was told not to talk to strangers. Oh, my God! She’s screaming out loud now - and again. There’s nothing I can do except to move on. In order to survive, I’ll have to follow Darwin. For this trip, only an empty suitcase to the goods I’ll collect on the way. What matters is already with me...
Querida Escritora,
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
"Sei lá"
Sobre as cogitações da razão pelo qual escrevemos, afirmo ser esta uma das maiores inutilidades as quais o homem de dedica. Não temos que buscar "explicação" para o ato de escrevermos. Assim como não há razão para explicar o ato de respirarmos. Escrever é parte de todo ser humano. Diria até que é instintivo - pobre daqueles que não seguem a sua natureza. Pintando paredes descobrimos que a comunicação era, também, possível por sinais gráficos. De lá pra cá, simplesmente, escrevemos. Assim como respiramos. O sabor que isso tem, cabe a cada um de nós. Eu continuo pintando paredes e o quarto em que faço minhas inscrições nunca estará pronto. Haverá sempre espaço para novas inscrições a cada despertar, a cada virar de página ou a cada vez que um pincel se encher de tinta...
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
. . .
Comício de Leitora
Bom, me vi aqui e ali nessa "mulher e seu ato beneficente", muito bem escrito e trabalhado. Mas eu sou mulher que dá chilique quando a cena pede e, aí, falo alto. Mas essas cenas são sempre curtas e, normalmente, acontecem com a mesma freqüência com que vemos duas luas no céu. Falo alto também quando vendo aula. Meus alunos, às vezes, parecem criança no parque. Ah! Os carrinhos de supermercado cabem ao meu marido. Ele tem mais força física que eu. Eu sigo a ponte da compreensão, sim. Não de tudo. Não compreendo quando se joga Vida fora. Acordo sempre ouvindo a música do dia. Acho que é isso que me anima e renova. Não suporto quando o som se repete. Parece que não saio do lugar - cada louco com a sua mania. Muita coisa me irrita ainda, talvez, porque eu coma pouco das bolinhas de açúcar. E, como mulher, desisti do meu signo cedo. Ele sempre mentiu pra mim. Não gosto de sufoco, muito menos de amigo que sufoca. Adorei a idéia de limpar os pés antes de sair de um lugar. Eu costumava me sacudir como cachorro molhado mas só limpar os pés, é mais clássico e mais parecido com o meu estilo. Sou mais democrática que socialista. Sou perseguida apenas pela gramática e pelos medos que ainda me restam. Entretanto, pavor eu só tenho de quem fala "elado" e escreve "crássico". Essa história do triatlo é que me cansa. Mas Ele está lá - fui escolhida pelo Amor mais perfeito. Por isso, devo confessar que acredito, ainda, em um mundo diferente. Todo pintado a mão com caixa de lápis Faber-Castle, 36 cores. A única coisa que mudaria nesse mundo é que eu o colocaria dentro de um caleidoscópio. Para que todas as pessoas pudessem ver um mundo ainda mais colorido a cada vez que olhassem para ele. As doações "dia e noite" são fundamentais para esse mundo novo. Começando por cada um de nós mesmos. É o nosso "ato beneficente" pessoal e coletivo. Acredito ainda que só o Amor - vivido e compartilhado - é que pode salvar esse nosso velho mundo. As contradições são como as voltas que uma moeda dá quando cai ao chão. Elas giram mas permanecem inteiras. Assim como os planetas de meu sistema solar que, descrevem dentro de outras linhas, o que eu sou enquanto estou...
Zélia
Em favor de "a mulher e seu ato beneficente" por Alice.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
As Simple as It
When she spreads her irony
Saying that "love is a thing
That can never go wrong" *
As she is "Marie of Roumania"
I totally agree!
Although love is a see-through dress,
Love goes wrong for those
Who are not able to see through it,
Play Eros' games and
Understand the mystery it carries.
LOVE is not for all
But for the chosen ones.
Zélia
* Reference to a Dorothy Parker’s poem
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
“Ponto de Basta”
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Querida Senhora das Letras,
Querida Escritora,
domingo, 7 de outubro de 2007
7 Palmos acima da terra
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Mão na luva
Ele chega e eu encontro conforto em seus braços. Em dia de festa ou de trabalho, ele é quem eu mais quero encontrar ao fim do dia. Engraçado é que mesmo quando eu não quero, ele fica. Convence-me ao ganhar a forma de meu desejo mais supremo. E, em sonho, a minha história é a mesma de todos os dias. Se é delírio ou ilusão, não sei... Mas o meu Morfeu perdera o poder de se transformar. Agora, tem apenas a forma exata que cabe em mim.
Zélia
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
A Filosofia das Formigas
Zélia
O Circo chegou
Zélia
Liberdade esvaecida em pó de giz
“Não é possível cuidar de si sem se conhecer. O cuidado de si é certamente o conhecimento de si (...) mas é também o conhecimento de um certo número de regras de conduta ou princípios.Cuidar de si é se munir dessas verdades...” pág.269
Tal número de regras de conduta ou princípios é estabelecido pela sociedade na qual nos encontramos, é claro. Munidos “dessas verdades”, devemos usar a ética como “prática racional de liberdade”. Partindo desse princípio, entende-se liberdade não como, simplesmente, o ato de se jogar tudo pro alto e sair correndo mas, como sinônimo de controle, domínio sobre desejos e vontades, como já mencionei aqui.Quem não cuida de si, ou porque bebe, ou porque fuma, ou porque é viciado em internet, cocaína – que são dois extremos mas vício é vício - , ou porque não se livra de seus medos, ou porque insiste em viver sofrendo, ou porque saiu nu no meio da rua, ou porque não foi votar na última eleição por decisão própria, não é livre...
Resumindo: ser livre é entender o jogo das tais “regras de conduta ou princípios” estabelecidos e determinar a sua posição pensando no cuidado que você deverá ter de si próprio. Eu jamais havia pensado em liberdade como controle. Especialmente sobre coisas, aparentemente, mais simples. Mas é óbvio que isso faz todo o sentido. Só podemos ser livres tendo o controle sobre aquilo que diz respeito a nós mesmos. E como isso nem sempre é possível, o importante é estarmos cientes de se aquilo o que entendemos como ser livre é realmente o melhor para nós. Isso fará a diferença!
Sem conseguir fugir dessa idéia de que liberdade é fazer o que é bom para mim, descobri um lugar onde não sou/ou não estou - definitivamente - livre: minha sala de aula. Uma vez que não faz bem para mim, saber que é preciso que se ofereça mais ao meu aluno: como material didático, por exemplo.Ou saber que posso, enquanto professora, oferecer mais a ele mas as condições para a realização do meu trabalho não são favoráveis, nem a mim nem aos meus alunos - devido ao grande número de alunos por turma ou porque o nível de conhecimento que alguns deles apresentam não é o mesmo partilhado pelo grupo no qual eles estão inserido. Ontem mesmo, recebi uma tabela que me indica o número de alunos que poderão ser reprovados ao final do ano, independente da disciplina. Pensei: o que significa poder reprovar um aluno? Infelizmente - ou felizmente, para mim - não estou sozinha nessa. Tenho ouvido muitos professores se queixarem do quanto se sentem aprisionados em suas salas de aulas por diversas razões. A educadora Tania Zagury, inclusive, lançou há pouco tempo o livro Professor Refém – Para pais e professores entenderem por que fracassa a educação no Brasil. Ainda não li seu livro, mas saber que cerca de 2 milhões de docentes, de escolas públicas e privadas em quarenta e duas cidades brasileiras partilham do mesmo sentimento que eu, faz com que eu não me sinta uma estranha no ninho.Ufa! Mas não alivia a minha angústia. Foi justamente pensando no título do livro da Tania, no que ouço de meus colegas, no meu espaço em sala de aula e no tipo de ensino que é oferecido agora no Brasil que me levaram de volta a Michel Foucault e a descoberta da minha liberdade perdida. Escolhi minha profissão ouvindo conselhos para alçar outros vôos e deixar a árdua profissão de professor de lado. Nessa época, eu já pensava que ser livre era fazer o que é bom pra mim. E ser professora era algo que me dava grande sensação de liberdade. Calma! Nem tudo está perdido e isso aqui não é uma carta de renúncia a minha profissão. Talvez, um desabafo. Porém, mais que isso, é o começo da minha viagem de volta em busca da minha liberdade enquanto professora.
Zélia Palmeira
Texto escrito para o Cecplin,UFPB.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Meu Diário...
Alice