Últimos milhares de dias. Astros fazem reviravolta no espaço enquanto descubro um segredo a cada novo despertar. Hoje, achei um saco cheio deles. Nada adiantou. Meu dia não foi salvo. Não quero falar sobre isso. Os gritos por salvação me incomodam. Fecho minha concha, ouço o som do mar em quem é cheia de graça. Permaneço quieta. Pulsação na velocidade da luz. Meu corpo fala, você não ouve. Quem sabe eu deva parar de contar estrelas e carros que seguem funeral? Peter Pan deveria perceber a hora de crescer e enxergar o mundo do avesso. Terra em azul, só para os olhos de criança.
Zélia