Ao reinventar minha vida, tudo igual. Um pouco mais de ervas aqui e ali e só. Com uma caixa de lápis nas mãos, pinto o arco-íris que quiser.
sábado, 29 de agosto de 2009
Poesia não sabe ler calendário
Torto tempo
Tempo torto
Sabia que você viria
Não sabia que partirias tão brevemente
Finda-se a Primavera em mim
Ainda que permaneçam
As cores da estação
Um olhar para dentro de Mim
Você ainda está lá
Renova-se a vida e
Toda a Poesia que há nela
Sorte minha!
Poesia não sabe ler calendário
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quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Paisagens no espelho
Eu era
a criança que você amamentou
Eu era
os primeiros passos para os teus braços
Eu era
a escola da tia Hélia
Eu era
a língua que cantava outras vozes
Eu era
a namoradinha de sempre
Eu era
o catar de conchinhas na praia
Eu era
a mãe do filho que não gerei
Eu era
noites sem dormidas
Eu era
hebreu em busca de liberdade
Eu era
a voz que calou
Eu era
a menarca atrasada
Eu era
a matemática de conta inexata
Eu era
a física de circuito fechado
Eu era
a química de explosões
Eu era
sonho acordado
Eu era
sonho dormido
Eu era
sonho que cabia nas mãos
Eu era
todo alfabeto
Eu era
amor encontrado
Eu era
luz em fim de túnel
Eu era
amiga de relógio sem ponteiro
Eu era
flor de jardim
Eu era
jardim sem flor
Eu era
árvore sem fruto
Eu era
cesta de frutas
Eu era
livro de cabeceira
Eu era
sol entrando pela janela
Eu era
luz da lua no mar
Eu era
o encontro ao chão
Eu era
escada magirus
Eu era
poltrona de nuvem
Eu era
solo Mayor
Eu era
vida que sai do choro
Eu era
funeral sem corpo
Eu era
corpo e funeral
Eu era
volta
Eu era
espera
Eu era
chegada
Eu era
Edouard Glissant lá da Martinica
Eu era
o sexo que você desejava
Eu era
nós
Eu era
você
Eu era
eu
Eu era
o que já não sou mais
Assumo
o princípio da exotopia
A cada instante
uma peça nova no Mosaico
Vivo o novo de cada dia
E feliz
Sou
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