Em todas as áreas de atuação profissional existem aqueles que se destacam e ocupam os primeiros lugares da cadeia evolutiva do sistema do capital. Fato é que, não necessariamente, eles são realmente os melhores.
Não podemos dizer que a Câmara Federal, por exemplo, tem os melhores políticos do Brasil. Não é necessário o mínimo esforço para provar isso.
Não se pode afirmar que os melhores médicos ocupam cargos de destaque na saúde nacional, uma vez que muitos não fazem justiça ao juramento hipocrático, preocupando-se, em muitos casos, com o “vil metal” antes da vida de um ser humano. E a saúde no Brasil é o que todos sabemos que é.
Se prestarmos atenção à quantidade de injustiças que ocorrem no nosso país, acredito que chegaremos à conclusão de que não temos os melhores magistrados no comando do nosso sistema jurídico. Trata-se de meros mantenedores do status quo que, apesar de terem poder para diminuir a distância entre injustiçados e privilegiados, não o fazem por serem também alimentados por essa injustiça, quando não são frutos dela.
No esporte, contudo, é muito difícil, para não dizer impossível, vermos alguém chegar ao topo sem méritos reais.
Ayrton Senna, Maradona, Michael Jordan entre outros, não poderiam ter o reconhecimento que têm em suas áreas se não tivessem sido bons de verdade.
Hoje, o mundo do esporte presencia a plenitude de um assombroso fenômeno chamado Lionel Messi. O melhor naquilo que faz e que, se precisa provar isso, fá-lo todas as vezes que entra em campo.
Messi é hoje o melhor jogador de futebol do mundo. Claro que o fato de jogar no melhor time do planeta, o Barcelona, e de ter recebido atenção especial desde cedo são requisitos essenciais para ter chegado aonde chegou. Mas, se não fosse o melhor de verdade, não se manteria lá, como acontece em todas as áreas que citei e em outras que não merecem destaque nesse momento.
Isso acontece porque no esporte os melhores são testados a todo o momento. Não basta atingir uma posição de destaque e locupletar-se sem a preocupação de fazer um trabalho digno do melhor. Quando isso ocorre, quando o esportista não mais corresponde à condição de ser o melhor de fato, o seu direito é imediatamente transferido a outro. Lembrem-se, por exemplo, de Adriano, Ronaldo, Ronaldinho e tantos outros que foram depostos de seus lugares de destaque porque não mais o mereciam.Isso acontecerá também com Messi.É o ciclo natural que não se reproduz em outros setores do sistema capitalista brasileiro.
Tenho total convicção de que o Brasil seria um país bem melhor se essa lógica fosse aplicada a todas as áreas de atuação profissional. No esporte, só os melhores chegam ao topo e só permanecem se forem, de fato e de direito, os melhores.
Haja saúde.