Cloto continuava firme em seu trabalho comigo. Ganhara mais um dia. Outro dia que parecia igual a tantos outros não fora pelo momento epifânico que me acometera. Ouvi inúmeras vezes um poeta, em sua perfeição, – todo poeta é perfeito - repetir seus versos. Tudo parecia sempre igual. Mas não naquela manhã de quarta-feira, igualmente chuvosa. Senti um estalo ao ouvir que é possível sentirmos saudades do que ainda não vimos. Como assim? Saudade do futuro, então? Minhas bolinhas de açúcar estão fazendo efeito contrário? Depois de respirar fundo, como dissera minha terapeuta, descobri: sendo, simplesmente! Saudade do que espero
Zélia
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