"O homem está condenado a ser livre"
Jean-Paul Sartre
Há quem diga que poeta não sou
- Que eu não o seja!
Minha poesia diz
Coisa que não é para ser dita
Não é redonda
Não é classicamente medida
Não é vanguardista
O drama encenado
É de gosto meu
A tragédia, de vida que vejo
Se sou poeta ou
Poeta não sou
Não deve ser
Questão a se considerar
Talvez, eu não o seja mesmo
Não chegam a mim
Com bordolatria
Meus moinhos
Não se transformam
Meus deuses
Têm nomes de gente
A Professora classificou
O poeta como alguém
Nem triste, nem alegre
Eu sou alguém
Sou alegre, sou triste
Não sou poeta!
Sou graduada em marginalidade
Desconstruo a linguagem
Faço dela o caos mayor
Eu já era livre antes do filósofo
Quer saber o que faço, leitor?
Não escrevo para você
Você é desnecessário ao meu texto
Lamento!
Meu texto vale por si só
O mar é meu
E faço poesia porque
Uso cifras e códigos
Faço arte enquanto
“Toda arte é inútil”
Eu ganho um Oscar
Pinto um retrato
Continuo escrevendo
E namorando o papel
Quer me chamar de outra coisa?
Quem sabe a-poeta?
- Que importa?
Que importa como me chamem
Que importa o que faça
Estou apenas tomando
Uma taça de vinho para relaxar
Cheers!
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