Ao reinventar minha vida, tudo igual. Um pouco mais de ervas aqui e ali e só. Com uma caixa de lápis nas mãos, pinto o arco-íris que quiser.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Chão de mim
Solto minha roupa ao chão como quem deseja que ela leve todo o peso em minhas costas.
Nada feito! Mesmo livre, o peso do mundo parece dobrar sobre meus ombros.
Estou muito cansada. Parem o mundo que eu quero descer.
Frasezinha clichê? Não, não! Prefiro frasezinha de merda. Mais realístico. Realisticamente,
Eu, hoje, sou chão. Estou cansada e não entendo porque o mundo tem que girar
Mais rápido, às vezes. Fico tonta na primeira volta. Foi sempre assim.
Parque de diversão na Lagoa, seis, sete anos, aviãozinho rodando, vômito para todo lado.
Enjôo. Nada de filhos meus. Só os dos outros. Cansei. Estou cansada.
Me deito ao chão. Chão onde estão minhas roupas. Chão, aquilo que hoje sou.
Me deito ao chão. Chão de terra batido.
Me deito ao chão esperando desaparecer na poeira que colore o dia.
Image by Adnil on DeviantArt