Começo o dia com algumas certezas. Uma delas: posso não ter toda a felicidade do mundo, mas, tenho a felicidade que enche um copo d’água inteirinho. Decido, então, que não quero perder nem uma gota sequer dessa felicidade. Estou deixando tudo que me faz triste. Abraço as boas vibrações que chegam a mim. Tenho coragem e sei quem eu sou. É como disse o meu poeta russo preferido. Tenho coragem. Muita! Para ser e se estar feliz é preciso coragem. Depois da tempestade, minha vida volta ao normal. Acordo. Entendo que levo uma vida Anormal. Não faço parte do mesmo mundo que tantos e tantos. Não me importo. Prefiro assim. Prefiro rodear uma acácia amarela com os amigos que tenho que abarcar o mundo com um milhão deles. Das janelas da minha casa, sai apenas o que é real. Sai porque todo sentimento verdadeiro é livre. Não precisa ser atirado fora. O que sai pelas minhas janelas é tudo que vivo e sinto no mundo que me pertence. Mundo é particular. Cada um tem o seu. Não sou egoísta. Mundo também se partilha, sim. Partilho meu mundo com quem é parte dele. De verdade. É natural. O que sai pelas minhas janelas tem asa própria. A vida se multiplica por si só. Não há necessidade que eu viva uma vida que não corresponde ao que eu sinto e vivo de fato. Quero sentir intensamente a minha dor quando ela vier. Quero morrer de felicidade sempre que ela bater à minha porta. Quero da vida o que se pode pegar, contar, cheirar, comer, beber, derramar, enxugar, mergulhar, esparramar, ouvir, gritar, enxergar, calar, amar. Quero fazer do filme da minha vida uma história real.