terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Dia e Noite

Já não existem mais pegadas tuas em meu caminho. Cenário mudado, tudo diferente. A não ser as falas de um ou outro personagem de timing perdido e eu que insisto em voltar ao lugar de onde partiste. Desde o dia que antecede aquele momento em que deixastes as páginas do livro que sou, procurar por ti em jornais de ontem que ainda circulam é meu autoflagelo. Não é meu coração nem minha cabeça que me levam a ti mas meu corpo. As marcas de deixas(tes) nele precisam ser acesas para que eu continue respirando. Sou eu o meu maior inimigo. Fecho os olhos, a todo instante, para o que me é oferecido e, ao ouvir você dizer: “-Minha literatura não rebuscada se enche de você”, me alimento da dor de reconhecer que sou criatura de um amor só. Gastei-me todo mas tento (re)nascer alimentando-me do (des)amor que passou em minha boca.


Zélia


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