À Juljan Palmeira.
(...)
Somente a Arte, esculpindo a humana mágoa,
Abranda as rochas rígidas, torna água
Todo o fogo telúrico profundo
E reduz, sem que, entanto, a desintegre,
À condição de uma planície alegre,
A aspereza orográfica do mundo!
Abranda as rochas rígidas, torna água
Todo o fogo telúrico profundo
E reduz, sem que, entanto, a desintegre,
À condição de uma planície alegre,
A aspereza orográfica do mundo!
Provo desta maneira ao mundo odiento
Pelas grandes razões do sentimento,
Sem os métodos da abstrusa ciência fria
E os trovões gritadores da dialética,
Que a mais alta expressão da dor estética
Consiste essencialmente na alegria.
Pelas grandes razões do sentimento,
Sem os métodos da abstrusa ciência fria
E os trovões gritadores da dialética,
Que a mais alta expressão da dor estética
Consiste essencialmente na alegria.
(...)
Augusto dos Anjos in: Monólogo de uma sombra
Rendo-me, meu amor,
à tua sabedoria odienta
por encontrar resposta
para todos os mistérios
de meu coração.
Juro jamais voltar
a chamar o nome
de teu Poeta em vão.
Em minha condição de sombra,
dialogo com outras sombras
e fazemos um brinde
à alegria contida em toda arte.
Image by Jeremiahketnet on Deviantart