A minha eloqüência
Emite o canto de uma rocha
Firme mulher que chora
Castigada pelos céus
Por seu orgulho
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Photo by Cathydelanssay on DeviantArt
Ao reinventar minha vida, tudo igual. Um pouco mais de ervas aqui e ali e só. Com uma caixa de lápis nas mãos, pinto o arco-íris que quiser.
A casa, agora, tinha janelas azuis. Isso indica alguma mudança? Fisicamente falando, sim. Interiormente, espiritualmente ou intelectualmente falando, será? Certamente que sim, também! Mudamos quando cai um simples e único fio de cabelo nosso. Mudamos quando a chuva inunda o quarto, mudamos quando um caminhão nos leva todos os nossos brinquedos, mudamos quando pêlos crescem, mudamos quando o mundo fica vermelho, mudamos quando lembramos que éramos seis ou oito ou dez, mudamos quando nos tornamos um – não serei mais eu mesma? -, mudamos quando somamos e mudamos quando não somamos, mudamos por não entregarmos nossas cabeças em bandejas, mudamos quando paramos, mudamos quando remontamos a sopa de letrinhas, mudamos quando soltamos as notas musicais, mudamos quando alteramos o movimento de translação, mudamos quando caímos de costas. Toda mudança é processo. Mudo, me transformo e não deixo de ser Eu. Sou eu ainda e sempre. Renovada como as folhas de uma árvore no outono. Esqueço de mim, às vezes. Mas o lembrar de mim, me transforma