segunda-feira, 28 de abril de 2008

tempo esquecido

É o cabelo que demora a crescer ou o desmanche de carro antigo?
É esconder o que é saber ou vontade de fazer viver?
É manga de camisa fora de moda ou música em acorde maior?
É chamar amigo pelo nome errado ou errar de prontidão?
É sertão ou alergia?
É complexo de culpa ou mulher nua?
É descartar hipótese ou viver da violação?
É o frigir ou o queimar da evolução?
É tentativa de correr da chuva ou andar de olho aberto?
É secar fantasia um dia antes ou mirar semblante?
É ser mais que o mundo suporta ou recolher fingimento?
É pura anestesia verbal ou anarquia de quem escreve mal?
Tempo Esquecido em gaveta
Tempo Esquecido da vida
Tempo Esquecido
Olha ao redor e prova de mim
Que também esqueci que existe outro dentro de mim


Alice













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segunda-feira, 21 de abril de 2008

dragões do jardim

Mudando as coisas de lugar e mantendo nossa gentil face de gratidão.
Obrigada por me amar. Eta frase patética. Parece que sou obrigação. Talvez eu seja mesmo. E lá vem a dúvida sobre o mesmo. Ela vem da cozinha e me traz biscoito de canela. Como a canela e a gente ri. Escritora, como foi mesmo que a gente chegou aqui? Ninguém responde. A gente tem essa telepatia - sabe o que a outra pensa. E como a gente pensa. Pensa e dorme. E eu escrevo coisa chata. Ela ri de novo e vai cuidar das crianças. Tem criança em toda parte. A gente é criança também.

Começa a conversa sobre o amor maior que é tão mortal. Alguém queima sutiã em passeata e a gente paga pelo resultado. Esse W.O. é insuportável. Amor é W.O.? Amor romântico da Austen, amor de morte da Plath e amor "sai de cima de mim" da Parker. Qual você prefere? Eu fico com a Parker, mas me aventuro no masculino da Austen. Ele tem raiva e aquele orgulho de homem nas roupas. Sou meio Liz Bennet. Gosto de complicar. E você, Maria? Que amor cabe em você? Ela sai e ri. Eu já sei. A gente se conhece. Ela gosta de amor "Here I stand Ironing". Você é igual à Marlene. Já sabia? Risada de longe - lá do jardim. Ela volta, a gente amarra um texto - texto foge. Amarra idéia e a gente é feminista, mas não se mata por amor. Coisinha escreve poesia porque quer homem. Coisinha escreve poesia copiada. Coisinha não viveu ainda a metade dos cabelos da gente. E a gente escreve e deixa derreter barra de chocolate. A gente já nasceu mulher. Ani DiFranco e Erin McKeown fazendo a gente acreditar. Caminho aberto e texto amarrado.


Alice escreve enquanto a Zélia Maria corrige cadernetas e provas. Provas são estranhas. Provam o quê?




















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quarta-feira, 9 de abril de 2008

Da minha teoria



A Poesia é maior que a própria literatura. Pois um Poema é a tradução de uma alma que não quer calar - uma alma que fala sem vírgulas. E o Poeta, aquele que expõe seus avessos a cada novo Poema a que dá vida...


Zélia




Photo by Marmaluke

Verbetes


Existir
Nascer
Ser
Estar
Entrar
Sair
Calar
Falar
Defender
Atacar
Depender
Ajudar
Amar
Odiar
Trair
Voltar
Juntar
Separar
Comer
Vomitar
Sentar
Levantar
Trabalhar
Descansar
Atrapalhar
Perturbar
Enlouquecer
Apaziguar
Morrer
Sublimar


Zélia


Photo by patrx

terça-feira, 8 de abril de 2008

O sair de cena é fundamental. Todo grande artista sabe como e qual o momento exato de deixar um palco.

Zélia










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quarta-feira, 2 de abril de 2008

Resposta à solidão


Solidão é bom e não é só. Concordo. Ela vem com mala grande cheia de Tudo. Sensações e sentimentos. O que se quer e o que não se quer. Mas solidão só é bom mesmo quando ela é um ingresso para um espetáculo que tem hora para começar e terminar...

Zélia


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