sábado, 8 de setembro de 2007

Estimada Senhora das Letras,

Acordei de um sonho.Vi o mundo dentro do mesmo cenário.Girando meio que fora de rotação,sim.Mas nada disso importa,realmente.Ao pararmos para pensar,vemos que o mundo é feito de muitas coisas.Ele só não é feito de doces como a casa da bruxa em João e Maria.Os clássicos,neste mundo,estão por todo lugar.Até onde eles não existem.E, pessoas comuns é que são especiais.Bom saber que estás dentro de tua livraria neste espaço.Ele foi feito por e para você - antes até mesmo de mim,não posso negar.Não sei se a minha voz é tão nova assim.Ela já está um tanto desgastada.A liberdade, ela também é momentânea.Devo confessar que o nosso amigo francês,ajudou na minha liberdade no sentido de que é bom saber que já se sabe certas coisas,mesmo sem nomear teorias em A e B.Só sei dar nome em bois.Sou uma mutante.Não no sentido da Rita.No sentido dos X-men.Nasci com o poder de ver mais longe.É bem verdade que ainda sou um aprendiz.Todo super-poder sempre traz um mal.Muita luz também cega.Ao escrevermos,falamos por nós.Mas falamos muito mais pelos outros.Um poema pode vestir mais roupas que aquela separada para ele.Relutei em dizer-me escritora.Não por timidez.Ignorância,talvez.Rabiscar é “escrever de forma pouco clara”,disse o Houaiss.Não rabisco mais.Escrevo – que segundo o mesmo Houaiss é “representar (língua,pensamento) por sinais gráficos”.E essa minha forma renovada e mais desenfreada de escrever,deve-se a você,as Letícias que me cercam e a Alice em seu país das maravilhas.Você me disse,uma vez,que quando aprendemos a brincar com as palavras,é aí que estamos prontos.Pra mim,eu estou pronta.Pronta para o meu mundo:meu,seu e de quem juntar-se a nós.Métrica e rima,só para quem tem pretensão de ser.Eu já sou...Quanto aos bons escritores,eu os leio.Os plagiadores,jogo no lixo.Aos obedientes,um sorriso.Dos famintos,quero a fome.Se somos medíocres,depende do ponto de vista,depende da intenção que temos.E a minha intenção é escrever por escrever pura e simplesmente.Escrever para quem tem olhos para ver.Só.Não somos medíocres.Não copiamos.Falamos o que sentimos “artisticamente” – olha ele aí,outra vez!No entanto, tenho que ter cuidado é com a retórica.Ela é traiçoeira.Se encontro quem me ouça,vou falando.Ou soltando as palavras ao ar ou arrumando-as no papel.No mais,tudo vai bem.Melhor agora que tenho uma livraria tipo a.m – p.m e um quarto que todo dia ganha um novo colorido.Na hora de dormir,vem o silêncio mas os sonhos vêm junto.Amanhã,outras novidades para contar.

Love,
Zélia