quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Querida Escritora,

Cheguei de viagem. Bem, o mundo anda como antes. Aliás, ele gira e parece estar meio atordoado. Quê importa? Estamos aqui e embora os clássicos existam, têm pessoas comuns - e dessa verdade o mundo é feito. Leio esse espaço da mesma forma que leio meus livros de cabeceira. Tão valioso quanto meus livros. É de se encher os olhos ver o nascimento de uma nova voz. A sua voz, antes tímida e cheia de medo, parece ter se libertado. Nosso amigo francês bem que ajudou. Ler e recriar são peças que me fascinam - não essa preocupação com a métrica e rima. Quem escreve fala por si e por outros. E daí se irão te interpretar de forma estranha? E daí se olhos maldosos irão fazer comparações? O que importa é que a cada página se cria outra verdade e por isso há vida que não acaba. Escritor tímido não existe. Temos bons escritores, escritores plagiadores, escritores obedientes e os famintos. Também temos os medíocres - talvez sejamos nós. Mas continuamos na linha, recortando pensamentos e deixando a vida seguir. Bom ler Zélias e Marias. Silêncio só na hora de dormir, embora haja tanta coisa para se pensar.

Letícia